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Das sementes aos relvados, da pazinha ao corta-relva

Na minha loja, pode-se encontrar todo o tipo de sementes. Desde sementes biológicas, hortícolas, desde sementes para fazer pratos para fazer a alimentação do gado, sementes para fazer prados, para fazer fenos, para durante o Verão alimentar o gado na ausência dos prados que ficam mais secos. Toda uma gama grande de artigos de jardinagem, desde a pazinha de plantar até às grandes máquinas de cortar-relva. Trabalhamos bastante com os campos de jogar golfe, quer em máquinas, quer nas relvas. Fazemos também consultadoria, isto é, há clientes que chegam aqui e dizem assim:

- “Comprei uma quinta em tal parte e não sei o que fazer.”

Nós podemos fazer ali uma espécie de um boneco onde sugerimos dentro da região onde está, situar nesta cultura ou noutra. Portanto, fazemos muita consultadoria nesse aspecto.

Temos tapetes de relva e depois vamos estender. A relva acaba por se prender ao solo. Portanto, há todo um conjunto de produtos mais modernos que correspondem às solicitações, quer agrícolas, quer de jardinagem, quer de produtores de gado. Independentemente disso, na parte de jardinagem também
trabalhámos com os bolbos de flores que as pessoas colocam para alindar os seus jardins, muito embora, hoje com a construção em altura, esse trabalho seja dominado mais pelas Câmaras Municipais, para os jardins públicos do que propriamente para os jardins particulares. Mas para isso tivemos de nos modernizar.

Esforço de modernização

É sempre muito mais difícil recuperar do que continuar. Eu penso que há alguma selecção natural, isto é, as pequenas e médias empresas não tiveram a garra suficiente e não tiveram os princípios que nós, graças a Deus, tivemos dos nossos anteriores, que convivemos com eles e soubemos o sacrifício que eles passaram e que o nosso comparado com o deles não é nada, é zero. Foi muito importante para nos dar a força de prosseguir. Se se verificarem as sociedades familiares quando chegam ali aos 70 e poucos anos, 75 anos, adeus viola, fecham a porta e toca a andar. É só passar nesta rua, na Mouzinho da Silveira e ver. E quem diz nesta rua diz noutras. Nós, de facto, tivemos em 1985 uma estratégia que penso que é correcta. Nós, o nosso retalho significa uma percentagem de vendas relativamente pequena. Porque se ela significasse o total das nossas vendas nós também já tínhamos fechado.

Eu quase que diria que todos os sectores hoje estão a ajudar a manter a loja e só por isso é que chegámos até aqui. Mas em 1985, quando Portugal aderiu à então Comunidade, agora União Europeia, uma das coisas de que falamos e trocámos ideias foi o seguinte, nós tínhamos até ali uma coisa que nos protegia, isto é, a falta da estrada para Penafiel, para Vila Real. Não dava muito a que as pessoas tivessem o mesmo direito daqueles que viviam na cidade, o que era injusto. A nossa adesão à Comunidade Europeia fez com que isso acontecesse na mesma maneira com as fronteiras. Quer dizer, se os nossos fornecedores habituais eram tipos holandeses, dinamarqueses, ingleses porque é que eles não viriam aqui vender eles directamente? Porque é que eles precisavam de nós? Até podiam mandar pelo correio. Então fizemos uma estratégia e dissemos assim, ou nós temos a nossa gama e prosseguimos ou então para trabalharmos com a gama dos outros mais tarde ou mais cedo vamos morrer ou então vamos emagrecer muito. E então, quer nos Estados Unidos da América, quer no Japão, quer em Israel, fundamentalmente nestes três países, nos diferentes congressos da FIS, que é a Federação Internacional de Sementes, fomos encontrando indivíduos que não vendem e fazem sementes. Como os híbridos. Até agora já se ouve falar nos geneticamente modificados. Nós não trabalhamos com geneticamente modificados, graças a Deus. Curiosamente, trabalhamos com biológicos, que não têm qualquer tratamento químico nem na sua produção, nem após a sua produção para a sua manutenção. Trabalhamos com híbridos que não têm qualquer perigo para a saúde das pessoas, porque não são manipulados. A sua produção é que é híbridizada, isto é, pelas Leis de Mendel, encontrado um pai que tem determinadas características e um “B” que é uma mãe, o cruzamento disto, pelas Leis de Mendel, 25 por cento saem a um lado, 75 por cento podem sair ao cruzamento. Das 75, 25 saem para um lado, 50 para outro e assim sucessivamente. Isto é, aqui nós podemos criar variedades com empresas de genética que efectivamente, têm, por exemplo, um tomate que tenha mais ou menos 220 gramas, que tenha um ciclo vegetativo desde a sua plantação até ao inicio das suas colheitas, 120 dias por exemplo, que seja redondo, por exemplo, ou que seja quadrado, ou que seja rectangular, ou que seja piramidal, ou seja ovóide e que tenha resistências a determinadas doenças que existem hoje nos nossos solos. Ao criarmos esta panóplia de associativismo com esses produtores de genética estivemos a criar números, isto é, o tomate número PCZXP453 tem estas características, mas o 454 também pode ser um irmão deste. O individuo vai ao local, verifica se estão preenchidos os requisitos, vê pela postura das plantas as que foram mais resistentes ao calor, mais frio, etc.

Portugal é um país que se estende sob a longitude e não sob a latitude. É sob o comprido, temos diferentes regiões climáticas. É uma variedade para o Algarve, é uma variedade para o Alentejo, uma variedade para seco e uma para húmido. Vemos um potencial para essa variedade e trazemos três ou quatro números.

Fazemos depois os ensaios cá e nas regiões com os nossos técnicos. Fazemos a apreciação e se lá seleccionámos dois ou três, aqui vamos seleccionar aquele que efectivamente em dois anos consecutivos foi melhor. O melhor escreve-se no catálogo comunitário. A inscrição custa dinheiro, é cara, passa por dois anos de ensaios oficiais mas cujos ensaios preliminares podem contar se forem feitos de acordo com as normas da comunidade europeia. E, portanto, já temos hoje o nosso catálogo, a nossa gama, um catálogo comunitário, uma gama grande de variedades, cujos direitos de propriedade sobre elas são nossos. Isso foi o principio da nossa modernização e foi não ficar na mão dos outros. Nós tínhamos de conhecer o nosso país e saber o que é que nós queríamos e o que é que os nossos agricultores pretendiam.

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