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Pessoas

Mini Biografia

Irene Maria Braga Coelho Gonçalves, nasceu a 21 de Junho de 1958, no Porto, tal como o pai António Fernando Ferreira Coelho e a mãe Maria Albertina Braga Fontes Coelho.

Com 14 anos “Arranjei trabalho pelo jornal” na Casa das Luvas, nos Clérigos. Foi saltando de ofício em ofício até que se tornou demonstradora de cosméticos. Foi esta profissão que lhe permitiu conhecer a perfumaria onde hoje trabalha. Com a saída dos antigos proprietários, realizou o sonho de ficar com a perfumaria Fragrâncias Exclusivas, nome escolhido por ela e pela sua sócia Paula.

Actualmente sente-se como “vendedora de sonhos” uma vez que todos os dias tentam ajudar as suas clientes a encontrar o produto perfeito para alcançar o objectivo que pretendem.

Comecei a trabalhar com 14 anos na Casa das Luvas

Eu comecei a trabalhar com 14 anos, não queria estudar, portanto, desisti.

Arranjei trabalho pelo jornal, era fácil arranjar trabalho. Peguei no jornal, já que não queria ir para costura que era o que a minha mãe fazia e eu detesto costura. Então um dia, vejo a Casa da Luvas, nos Clérigos. Só trabalhei um ano e pouco, quase dois, mas depois passei para Santa Catarina e foi o meu primeiro emprego. O meu primeiro salário eram 900 escudos. Logicamente que os primeiros empregos há 37 anos eram completamente diferentes, nós começávamos por limpar a soleira da loja, as casas de banho.

Depois disso passei por Santa Catarina, já foi uma fase diferente, comecei a ficar mais madura e fui para a Casa Africana. Depois só tive a primeira filha aos 28, fiquei de bebé ainda trabalhava na Casa Africana. Foi uma altura que não me disse muito, não foi muito proveitoso para mim trabalhar lá. Eu sempre gostei muito de cosmética e estética e eles também tinham uma parte de perfumaria e comecei-me a inserir um pouco nessa zona até. Tive uma proposta de poder ir para uma firma e comecei então a trabalhar com cosmética. Era demonstradora, trabalhei em duas firmas, nove anos em cosmética. Corri norte e centro do país até Coimbra, mais ou menos.

Conheci esta perfumaria quando era demonstradora

Esta perfumaria conhecia-a quando uma das pessoas que estava à frente foi embora. Ficou a segunda pessoa a tomar conta, mas precisavam de mais pessoas e entretanto em conversa eu ofereci-me, fui aceite e pronto, fiquei aqui como empregada, durante 13 anos. A Paula que é a minha colega e sócia já trabalhava aqui há um ano a mais do que eu.

Isto era uma firma que tinha como suporte, um grupo farmacêutico que era a Soquifa. Entretanto a Soquifa foi vendida a um grupo alemão, mas só a parte de medicamentos. Os três patrões ficaram com a perfumaria e uns laboratórios, porque essa firma alemã não quis nem a perfumaria, nem os laboratórios. Ainda nos aguentaram três anos, mas por várias razões da parte deles, chegaram ao fim desses três anos e fizeram-nos uma proposta de sermos nós a ficarmos com a perfumaria, caso isso não acontecesse havia um despedimento colectivo, pagavam as nossas indemnizações e assim cada um ia embora.

Para mim não foi nada que não me tivesse já passado pela ideia, o poder ficar com a perfumaria, não só porque precisava sempre da ajuda de mais alguém, mas foi sempre um dos meus sonhos. Há um ano, fizemos a 1 de Setembro de 2009 um ano que formámos sociedade.

Gosto do relacionamento com as pessoas

O que mais gosto do comércio é talvez o relacionamento com as pessoas, gosto de contactar, gosto de falar. E sobretudo gosto muito do que estou a fazer, acho que é uma profissão em que temos de estar sempre activas, temos de estar sempre a saber o que estamos a fazer, a ter formação porque há sempre novidades, há sempre diferentes maneiras de tratamento.

Não é uma coisa que tenha de se fazer todos os dias o mesmo, que isso para mim acho que era uma coisa que me chateava.

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Rua

Espírito de entreajuda entre os comerciantes da rua

Eu recordo-me da Rua das Flores, porque há uns anos atrás o meu pai, como era viajante, vendia em todos eles, portanto conhecia mais ou menos bem e recordo-me de ter comprado aqui nesta rua quase o meu enxoval, que se usava naquela altura.

A Rua Mouzinho nunca foi assim uma rua para mim de muita passagem, talvez não por ter tantas casas que o meu pai frequentava. A Rua das Flores é aquela que me lembro mais, estava completamente aberta de armazéns e ourivesarias. Esta era considerada a rua dos ourives, era uma rua muito antiga e em que todas as pessoas, quando vinham ao Porto, era aqui que faziam as compras, porque isto eram armazéns. Os armazéns tinham as novidades, era onde se conseguiam arranjar até com preços melhores. Perdeu-se foi um pouco o hábito da loja tradicional e de vir à loja de rua. Mas isto era uma rua de comércio em que não se parava.

Nós, os comerciantes, conseguimos manter o ambiente familiar entre uns e outros. Se o colega do lado, o senhor Pedrosa, quiser um embrulho e já que ele não faz, ele vem aqui e faz-se. Há a entreajuda mesmo entre colegas. Coisa que eu acho que nas outras ruas não acontece. Acho bonito esse tipo de convívio. Eu acho engraçado que começo desde o princípio da rua, de manhã, a dizer “bom dia” e acabo aqui, porque toda a gente se conhece e se cumprimenta e é bom.

O que a rua tem de melhor são todos os prédios. Porque se nós começamos do princípio ao fim não vemos um prédio que não seja trabalhado. Eu não abri a minha loja, eu dei continuação à loja que estava, mas se me dissessem assim:

- “Gostavas mais de outra rua?”

Por comércio, talvez a Rua Santa Catarina.

Uma rua pedonal

Da maneira que a rua está e acho que toda a gente se apercebe, não é de fácil acesso. Os passeios são extremamente estreitinhos, a rua está muito esburacada, os passeios também. Quer dizer, se trouxermos um carro de um bebé ou passa o carro do bebé ou passam as pessoas, não é uma rua de fácil acesso. Portanto acho que era extremamente interessante se passassem para pedonal, tirassem os carros da rua. Porque os carros que nós vemos aqui são carros dos donos das lojas.

O princípio da Rua das Flores está lindíssimo, está muito bonito. Eles já estão a arranjar as próprias lojas, mas fora isso, a própria rua em si acho que está espectacular. Então começaram a aparecer os cafezinhos cá fora, a porem as esplanadas. Portanto, a primeira coisa que eu acho que tinham de pensar, era modificar o estilo da rua.

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Lugar

O passeio de Domingo era vir à Baixa

A vida foi mudando. O que era bom para nós há uns anos atrás agora já não tem muito sentido, como era o passeio de domingo, de ir até à baixa, corrermos as ruas principais, a Sá da Bandeira, Santa Catarina, Passos Manuel, a Rua das Flores, fazer um circuito para compras. Havia um circuito na baixa que, digamos, era o melhor que nós podíamos fazer. Mais tarde, começou a vir a Boavista. Mas durante muitos anos a baixa, era para nós algo de diferente e era o nosso passeio de domingo, portanto, quando isso acontecia era muito bom.

O eléctrico

Havia eléctrico, não na Rua das Flores, mas na Rua de Mouzinho. Quando acabou o eléctrico apareceram os trolleys, e depois os autocarros. Nessa altura havia também os autocarros de dois andares, depois também desapareceram. E começou a haver mais facilidade nestes novos transportes. Porque os autocarros de dois andares eram um pouco difíceis, por exemplo para subir, para ir para cima eram mais os jovens, porque as pessoas com mais idade já lhes custava. O trolley acho que levava mais pessoas, porque tinha uma parte de trás que dava para encher mais.

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