Pessoas

Mini Biografia

Eduardo Valentim Basto Barbedo Ferreira nasceu no Porto, Freguesia de Paranhos, em 1 de Dezembro de 1932, numa antiga e conceituada família de comerciantes desta cidade.

Iniciou os seus estudos no Colégio Portuense, na Rua de Santa Catarina e concluiu o Curso Comercial na Escola Mouzinho da Silveira, na Rua das Taipas.

Ainda criança, começou a tomar contacto com a casa comercial gerida pelo seu pai, a Papelaria Peninsular, de que era na altura única sócia sua avó materna e de cuja família ela provinha. Fora fundador o avô materno, prematuramente falecido.

Ali começou a trabalhar muito novo, aos 17 anos, orientado pelo pai e hoje é, ele próprio sócio principal há muitos anos, realizado profissionalmente e com uma actividade de mais de 60 anos, sente-se orgulhoso da obra feita e feliz porque a Peninsular terá continuadores nos seus filhos e neto, que consigo actualmente trabalham.

“Nunca trabalhei noutro lado senão aqui”

Sendo filho único, comecei quando ainda estudava, a ir com o meu pai para a Papelaria Peninsular. Concluido o Curso, logo me dediquei a todos os aspectos da actividade comercial, desde o atendimento ao balcão, à execução dos trabalhos gráficos, visitas aos clientes, etc. Todos os sectores foram percorridos por mim, desejoso de, em todos, poder adquirir os conhecimentos que fariam de mim um especialista no ramo.

Ao meu pai, que trabalhou comigo até aos 82 anos, fico a dever um valioso contributo para a  diversificada e profunda experiência que adquiri. A sua presença até àquela avançada idade, proporcionou-me uma grande tranquilidade, pois sabia que tinha junto de mim, para me aconselhar, uma pessoa de grande experiência, ponderação e visão para o negócio.

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Rua

“Era uma das ruas centrais de maior movimento”

A Rua Mouzinho da Silveira era uma das ruas centrais de maior movimento da cidade. Não só devido à existência de numerosos estabelecimentos comerciais dos mais variados ramos, mas ainda pela muita gente da província que aqui sabia encontrar as mais amplas gamas de artigos para as suas compras, artigos estes que não existiam à venda nas suas terras.

Tinham dias certos para aqui se deslocarem, às mercearias, às casas de ferragens e de acessórios, à papelaria, enfim a cada sector que procuravam.

A partir das 17h fechava a Alfândega. Era um dos melhores períodos de negócio, quando o pessoal que nela exercia a sua actividade, vinha efectuar as suas compras.

Actualmente, tudo se modificou. Muitos dos estabelecimentos que existiam deslocaram-se para outros pontos da cidade, ou, pura e simplesmente, deixaram de existir. As pessoas da província têm, nas terras onde vivem, boas lojas de todos os ramos e não precisam de aqui se deslocar.

Por outro lado, a actividade alfandegária desapareceu daqui e deslocou-se para Perafita. Claro que a Papelaria Peninsular continua a ter, agora em Perafita, bons clientes, transitários e outros. Ali faz deslocar diariamente as suas viaturas, quer em trabalho de promoção, quer para efectuar entregas. Mas, o grande negócio que se fazia ao balcão, reduziu-se substancialmente.

O melhor e o pior da rua

Continua a ser uma rua de comércio tradicional, em que permanecem muitas pessoas a ela habituadas, que aqui gostam de estar. Há boas relações entre os comerciantes que aqui se mantêm, entre alguns mesmo relações de boa amizade, que se transmitem de pais para filhos.

Claro que, comparando com o que foi, o movimento actual é bastante mais parado. A limpeza pelos serviços camarários é irregular e, por vezes, deficiente, o que lhe provoca um aspecto menos atraente.

Dispõe agora de numerosos pubs e restaurantes, começa a animar depois das 23h30, com a vida nocturna que esses estabelecimentos originam. Como é evidente, esse tipo de animação não tem iqualquer influência na vida da nossa empresa, que à noite se encontra encerrada.

Há esperança de que, em futuro próximo, com a instalação na proximidade do Palácio das Artes e da Fundação da Juventude possa haver uma modificação mais positiva deste estado de coisas.

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