Guimarães & Torcato

A Guimarães & Torcato Sucessores, Lda. fica na Rua Mouzinho da Silveira, 119, Porto.

É uma loja à base de têxteis lar, jogos de cama, edredões, cortinados, térmicos, passadeiras, tapetes, pijamas, uma gama de artigos dentro da têxteis lar.

No tempo dos viajantes e do comércio de distribuição

O nome Guimarães & Torcato tem para aí 70 anos. Na altura que eu vim para aqui, tínhamos vendedores, os chamados viajantes. Eram quatro ou cinco vendedores que faziam quase o país todo. Um fazia o Alentejo até ao Algarve, outro fazia o Douro, Trás-os-Montes, outro fazia o Minho. Neste caso, não era Minho/Douro, era Trás-os-Montes e Minho._Outro fazia aqui a praça da cidade e arredores. Portanto, eram cinco ou seis vendedores que faziam toda essa área.

Neste momento, a loja não tem meios para fazer publicidade. Mas já fez. Dantes até se mandavam fazer sacos com o nome da firma e esferográficas. Havia formas de fazer publicidade sem ser na rádio ou na televisão, porque isso nunca se fez. Mas, se calhar, também não havia muito interesse em fazê-lo na altura, porque aqui, em tempos áureos, havia muito que fazer. Vendia-se muita mercadoria, havia muita entrada de mercadoria, havia muita saída, muito movimento e dava perfeitamente para lidar com a casa.

Depois, a partir de uma certa altura, começaram a decair as vendas. Onde o armazém ia noutros pontos começou a ter concorrência fortíssima. E começou a perder, a perder em preços, a perder em quantidades, a perder em tudo.

Porque é que a distribuição acabou é fácil de dizer: porque as despesas são muitas e deixou-se de se vender como se vendia.

Nós trabalhávamos sempre com clientes e fornecedores portugueses, sempre produtos nacionais. Só houve uma altura que se comprou alguma coisa aos espanhóis, que eram uns cobertores e umas mantas. De resto, era sempre comerciantes e fábricas portuguesas, sempre. O grosso eram de Guimarães, Famalicão, Trofa, Vizela, Santo Tirso, tudo dali para cima.

Nova gerência, novas expectativas

Em 2007, foi o terminar de um ciclo. A gerência que cá estava digamos que estava quase em pré-falência. Fomos para o desemprego. Eu estava no desemprego. Então é que apareceu esta gerência e disse:

- “Vamos tomar conta disto com outros artigos diferentes e vamos trabalhar ao balcão.”

Este fulano que tomou conta disto tornou-me a chamar para vir para cá e tomámos isto em 2007. Mudámos a firma em 2007, mas a altura foi má, muito má. Quando isto estava a começar a levantar cabeça, vem a crise, uma crise destas que não é brincadeira e trava. Para quem está em princípio, porque nós estamos em princípio, está a ser mais difícil porque esta crise abalou tudo. Hoje estamos parados e disponíveis para tudo, para o retalho e para o grosso e para o que der e vier. Por exemplo, esta casa para sobreviver hoje tem que se valer do retalho. Está muito complicado. Com o desemprego a aumentar, as pessoas não podem comprar, não podem vestir. O poder de compra só funciona se acabar o desemprego.

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