Galeria de Artesanato O Galo, é na Rua Mouzinho da Silveira 68, Porto.

É Galeria de Artesanato O Galo porque na altura gostava de fazer uma galeria de artesanato mas, como o espaço não tinha as melhores condições para uma galeria, surgiu esse nome. E O Galo, porque na altura a tabuleta que pus à porta foi o galo que está cá na loja e que fui eu que pintei. Era a tabuleta da loja. Punha e tirava todos os dias. Mais tarde, surgiu, Galeria de Artesanato O Galo.

Vim pela oportunidade do espaço que tinha surgido e pelos conhecimentos da experiência da loja do meu pai. Na altura, era uma especialidade que eu gostava, que tinha conhecimentos, que me iniciei nela e gosto do artesanato.
Este espaço tinha uma certa passagem de turismo e na altura era bastante movimentado com mais pessoas. Não só turistas, mas portugueses residentes que trabalhavam aqui perto porque isto era uma rua e uma zona que tinha muitos escritórios de transitários e havia muita gente a trabalhar aqui.

O horário é das 10h às 12h30, 13h30 às 19h. Fecho só ao Domingo. Agora, fora da época de Verão, só ao sábado, porque no mês de Agosto normalmente também abro ao domingo, mas no Inverno não compensa.

Se pudesse mudava a localização. Puxava mais para a zona da ribeira. Mais perto da ribeira. Só por causa da passagem das outras pessoas. Tem mais passagem, mais turistas.

Ao longo do tempo fui comprando peças para a minha colecção e para decorar a loja. Como a loja era grande e tinha muito espaço fui aos poucos comprando peças antigas que tivessem um bocado a ver com o rústico e o artesanato e fui metendo para aqui até ocupar os espaços.

No início da loja, em 1985, comprei um carro de bois todo em madeira e antigo, um arado também antigo, mesmo tradicional da zona de Arouca que ainda hoje mantenho aí e outras peças assim mais reduzidas como sejam os jugos, os garrafões, umas peças de lavoura, umas serras, os sulfatadores. Coisas que ligam na loja e mais decorativas. As máquinas de costura. Ultimamente tenho comprado algumas máquinas de costura antigas bonitas . São peças que já não se vêem e eu algumas restauro e depois vendo. Outras é só aproveitar o pé da máquina de costura para fazer mesas para apoio dos artigos que estão em exposição.

Comprei muitas peças ao José Franco, ceramista de Mafra que nos anos 80 e 90 trabalhava em pleno. Nessa altura ia lá muitas vezes, comprava muitas peças e vendi muitas peças dele. E tenho uma grande colecção de cerca de 50 peças ainda do José Franco que mantenho como colecção minha que não vendo. Aliás, como tenho peças também em exposição da Rosa Ramalho e do Mistério, de Barcelos, pessoas que já morreram.

Tenho muitas visitas de estrangeiros. Há muitos ingleses que visitam a loja e dizem que é a loja mais bonita que encontraram no Porto. De vez em quando vêm uns brasileiros e espanhóis. Também dizem:

- “Que coisas bonitas, seleccionadas e bem organizadas.”

As coisas são bem dispostas e com qualidade. Sou eu que faço tudo. Sempre tive um gosto por artesanato e, desde que criei a loja, tento manter sempre diversidade dentro da decoração e tudo bem organizado e arranjado para cativar as pessoas e ter um aspecto agradável. Tenho cuidado em manter os vários artigos seleccionados por grupos. Não misturar coisas de um artesão com outro artesão.

Tudo em prateleiras e mesas separadas, com a etiquetazinha do nome do artesão e a região. É essencial a apresentação, a arrumação, limpeza e uma boa iluminação.