Leilão: 14 de Junho (terça feira) às 21:30h Mostrar/Ocultar

Exposição:
12 de Junho (domingo) das 15:00 às 19:30h e das 21:30 às 23:00h
13 de Junho (segunda feira) das 15:00 às 19:30 e das 21:30 às 23:00h
Local: Rua Mouzinho da Silveira 175/183 – Porto
Contactos: www.galeriasdavandoma.com
Pessoas

Mini Biografia

Ana Isabel Coimbra Luz nasceu a 14 de Setembro de 1978, no Porto. Filha de José António Paiva Silvano Luz e de Maria Isabel Silva Coimbra Luz.

Quando criança ia brincar muitas vezes para as Galerias da Vandoma, e nessa altura começou a interessar-se por antiguidades, “era fascinante porque eu descobria coisas na loja que não descobria em mais lado nenhum.”

Depois da partida do pai e do avô ficou responsável pelas Galerias “uma loja que vende um pouco de tudo. Tenho peças ditas antiguidades e tenho algumas peças ditas de velharias.

“Alguém tinha de tomar as rédeas”

Depois de acabar o curso estive a trabalhar na CulturPorto, mas houve alguma indecisão a nível familiar porque alguém tinha de tomar as rédeas à loja depois do meu pai e do meu avô terem falecido no mesmo ano.

Eu decidi que tinha mesmo de vir para aqui e enquanto isso dei formação e ainda dou. Estive a trabalhar no Instituto de Turismo, mas esta loja exige presença, exige estar aqui. Portanto, tive de voltar novamente à base para dar mais apoio à empresa.

Quando uma pessoa acaba o curso tem um bocado aquela ideia de:

- Eu não quero ir para o negócio da minha família, eu quero constituir a minha vida, eu quero ter o meu emprego às minhas custas e, portanto, não quero que seja uma coisa quase herdada, porque senão as pessoas vão pensar que isto não é um esforço pessoal.

Realmente, esse sentimento é muito bonito mas não faz sentido nenhum, porque é muito mais difícil gerir uma loja como esta, que tem o nome que tem, e geri-la da mesma forma como sempre foi gerida, de uma forma cuidada e séria, do que começar do zero. Gerir um nome, gerir uma casa, gerir as expectativas que as pessoas sempre tiveram é muito complicado.

Mas o facto de ser comerciante tem milhentas vantagens. Primeiro, nós mandamos nos nossos horários, portanto, nós é que controlámos um bocado a nossa vida. Eu acho que a maior desvantagem que isto tem é que nos tempos de hoje em dia é muito complicado gerir o comércio. Estamos numa altura que as pessoas vendem muito pouco, numa crise bastante grande mas as despesas caem todos os meses. Mesmo esta sendo uma área especifica, sendo uma área diferente de todas as outras.

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Rua

Lojas abertas e interajuda

Da Rua Mouzinho da Silveira tenho uma memória muito diferente. Havia uma maior colaboração entre as pessoas, havia muitas mais lojas abertas, havia uma dinâmica muito diferente. Havia um espírito de inter-ajuda também diferente porque eram pessoas que já estavam aqui há muitos anos, portanto, conheciam-se bem umas às outras. Era outra forma de estar. O espaço físico não era muito diferente.

Eu acho que parecia diferente porque tinha muitas lojas abertas e porque havia mais pessoas.

Hoje em dia é uma rua perigosa, suja, estamos com um problema grave de limpeza porque não limpam este lado da rua, que é uma daquelas coisas que ninguém consegue perceber muito bem. Já fiz imensas reclamações e tudo porque não consigo perceber como este lado da rua não é limpo, só é limpo o outro lado da rua.

O que esta rua tem de melhor continuam a ser as pessoas que fazem com que esta rua seja diferente. Tratam-me com muito carinho por ser a filha do Zé António, a neta do Acácio Luz e, portanto, eu sinto-me segura.

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Lugar

Uma dinâmica e um espírito diferente

As memórias que eu tenho da cidade do Porto são muito engraçadas. O meu avô morava na Sé e eu, como passava os dias com eles, passava parte do tempo na Sé, descia a Rua Escura e vinha à loja. Fazia isso sempre sem qualquer tipo de medo, sem qualquer tipo de ameaça. Hoje em dia acho que já não faço isso. Tenho algum receio.

Acho que esta rua tinha uma dinâmica completamente diferente. Era uma das ruas mais importantes da cidade do Porto.

Lembro-me de Santa Catarina, de ir ao sábado de manhã com a minha mãe, tinha uma capacidade de absorver as próprias pessoas, tinha uma dinâmica muito diferente. A Avenida dos Aliados quando tinha flores e plantas fazia com que as pessoas também criassem um espírito diferente de estar e de viver a própria cidade.

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