Pessoas

Mini Biografia

Ana Maria Monteiro era filha de “Fernando Bastos Monteiro e Lucília Silva Monteiro. O meu pai era Arquitecto e a minha mãe seu grande braço direito”.

Com 18 anos começou a trabalhar na Pedro A. Baptista “não sei como é não trabalhar num negócio de família”. Na loja tem “um carinho especial por uma rosa toda em talha dourada. Foi em homenagem à minha tia Rosa que o meu pai ali a colocou.

Tem uma filha, que quando criança era conhecida como “a menina da Rua das Flores”, nome que outrora pertenceu à sua mãe.

“Gosto de trabalhar com a família”

Por volta dos 18 anos comecei a vir para a loja. Claro que, antes disso, vinha só casualmente. Não sei como é não trabalhar num negócio de família. Nunca conheci outro. Gosto de trabalhar com a família. Funciona tudo bem, acho que há uma união constante e todos nos completamos.

Rua

Histórias desta rua

Nesta rua havia de tudo. Desde ourivesarias a plásticos e mercearia. Agora só se vêem cafés e chineses. Havia aqui em frente uma casa de plásticos e brinquedos que eu adorava, quando era pequena. Achava tudo muito colorido.

Sempre me habituei a estar aqui, gosto de estar aqui

O ambiente desta rua é diferente do de antigamente – muita passagem mas sempre a correr e os turistas muito fracos. O turismo é todo lá para baixo, para a zona da Ribeira.

Há muitas casas fechadas, em condições por vezes degradantes. Era preciso a sua revitalização e promover a habitação… com estacionamento.

Mesmo assim, não quereria mudar a loja de sítio, continuava na rua das Flores. Aqui está a tradição, uma rua de tradição de ourivesarias, cada qual com o seu estilo próprio. Espero que, com a construção do hotel aqui ao lado, a zona vá arrebitar. Estou convencida disso, temos que andar para a frente.

Áudios

Lugar

Recordação do Café Astória

Também me recordo muito bem dum café onde nós íamos lanchar, o café Astória. Tinha bancos que andavam para a frente e para trás que eu achava muito engraçados. Gostava de comer o croissant torrado com manteiga e adorava aquelas laranjadas cor de laranja com corantes. O meu pai não me deixava beber. Fazia mal, dizia ele. De vez em quando, eu lá o conseguia convencer e bebia a laranjada cor-de-laranja, o que era uma felicidade para mim.

Assobiar pela mudança

Recordo-me que na altura do Natal, vínhamos com os nossos pais ver as iluminações e tirar fotografias. O meu pai gostava muito de fotografia.

Passeávamos pela Baixa e divertíamo-nos imenso. Ainda não havia o disparate dos centros comerciais que hoje há. Para mim, qual foi um dos grandes males do Porto? Os centros comerciais. A brutalidade de centros comerciais que o Porto tem! Porto e arredores. E ainda se continuam a construir…..

Claro que, com parque de estacionamento gratuito, dias de chuva abrigados, dias de calor com ar condicionado, as pessoas preferem esses sítios, do que vir para o comércio tradicional. Tudo isto fez com que o Porto fosse ficando mais depenado. Deviam arranjar parques de estacionamento a um preço comportável, mais policiamento e mais luz.

Sempre que posso, é a Baixa e o centro do Porto que escolho para compras. Evito a 100% os centros comerciais. Claro que, nós temos uma vida muita presa e, por vezes, não há outra solução. Mas, de resto, é do comércio tradicional que gosto. Era preciso também abrirem as lojas que estão a fechar, devido à crise actual e abrirem outras, de qualidade, que trouxessem novidade.

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