“Armazém e retalhista como tantas outras”

Esta loja chama-se Pinto Moreira Lda., e situa-se na Rua das Flores, 165.

No Porto é conhecida por Casa Moriber Pinto Moreira. Pinto Moreira é como é conhecida na província, embora seja a mesma empresa. Ocupamo-nos do ramo do comércio de ferragens, ferramentas e utilidades. Somos importadores também. Importamos fazenda de diversos locais da Europa: Alemanha, Itália, Espanha, Áustria, diversos países. Vendemos muito para a província. Fazemos a área de Trás-os-Montes, o Douro, o Minho, fazemos aqui nos arredores do Porto alguma coisa, fazemos depois a Beira Alta e a Beira Baixa e a Estremadura até Cadaval, ali próximo de Lisboa. Para o Algarve não vamos. Temos de ter a loja aberta que é precisamente para termos os armazéns lá para cima, para ter armazenagem de mercadoria, porque nós não podemos vender sem ter o artigo.

Evidentemente que fazemos atendimento ao público. A nossa casa tem parte retalhista, mas não é essa a nossa sobrevivência. Se fosse só com a parte retalhista, nós já tínhamos fechado a porta há muito tempo, porque não há negócio suficiente que justifique, que sustente uma casa. O retalho representa uma parte muito pequena, 5% em relação à nossa revenda.

Temos de ter vendedores próprios, os chamados viajantes. Hoje já não se usa a palavra viajante. Antigamente usava-se mais. Hoje são os técnicos de venda que andam nas zonas específicas na venda do artigo a casas retalhistas. É nisto que estamos para já. Portanto, é armazém e retalhista como tantas outras. Temos um certo número de pessoal, os funcionários, aqueles que precisamos, a trabalhar no interior e temos o pessoal a trabalhar no exterior.

Temos carros ligeiros próprios para utilização do pessoal e um camião, um carro pesado próprio, para entregar mercadoria na província. E funciona assim.

“É aqui que eu vivo praticamente”

Tenho tido aqui momentos de muita alegria. Quando abri esta casa chegámos a fazer todos os anos grandes festas no aniversário. Esta casa hoje tem menos pessoal que tinha antigamente. E tínhamos aqui pessoal, uma equipe, que chamávamos “As Cinco Quinas da Moriber”. Chegámos a fazer concursos de pesca e ralis de automóveis assim à nossa maneira. Tive aqui grandes amizades. Quem trabalha há 54 anos, como eu estou aqui a trabalhar, tem que ter aborrecimentos e tem que ter alegrias. E eu tenho mais recordações daqui do que propriamente em minha casa. Em minha casa, na minha família, é onde eu dedico tudo. Não há dúvida. Mas tenho mais recordações daqui, do comércio, do posto de trabalho que eu desempenho do que propriamente em casa. É aqui que eu vivo praticamente.

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